Por Banu
O ministro das comunicações, Paulo Bernardo, lançou, sem alarde, no final de março, o Plano Nacional de Outorgas.
O objetivo é fazer andar a fila de processos para a concessão das licenças que permitem a entrada em operação das emissoras e ainda incentivar o credenciamento.
“O Governo federal quer colocar rádios comunitárias em todos os municípios brasileiros, democratizando o acesso à comunicação”, defendeu o deputado federal Gilmar Machado (PT), vice-líder do Governo e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal.
Dados do Ministério das Comunicações mostram que hoje existem 1.995 municípios sem as rádios. Em 727 deles existem processos que estão em andamento. “O objetivo do Plano é acelerar os pedidos parados também”, afirmou Machado.
Para este ano, o Governo federal pretende expandir o número de cidades atendidas com o serviço, passando de 4.283 para 4.713. O restante fi cará para o próximo ano.
Pelos dados divulgados pelo Ministério das Comunicações, a intenção é equalizar o volume de outorgas.
Ao fim deste ano, todas as regiões terão 84% de cobertura. Até o fim do ano passado, o Estado com maior número de concessões foi Minas Gerais. Tem 691 rádios autorizadas a funcionar.
Rádios Comunitárias no Vale
No Vale do Jequitinhonha, muitas rádios funcionam sem autorização. São classificadas como "rádios piratas", porém são colocadas no ar por muita gente abnegada que gosta de fazer comunicação.
Aliás, como afirma o movimento democrático das rádios comunitárias: piratas são eles, as rádios comerciais, pois estão atrás do ouro.
Há mais de 50 rádios comunitárias na fila do credenciamento, somente no Vale do Jequitinhonha.
As rádios comunitárias, credenciadas ou não, prestam bons serviços à comunidade. Prova disso, são as rádios ARAI, em Berilo e a Rádio Morada Nova, de Virgem da Lapa. O povo da zona rural tem nessas rádios a maior referência para ouvir músicas, enviar recados, chamar para reuniões e se comunicar com amigos, parentes e conhecidos.
Outras rádios de distritos, embora não credenciadas, também merecem destaque, como a Rádio de Lelivéldia, distrito de Berilo.
Porém, há outras que se credenciam apenas para servir de proselitismo político e defender um coronel da política. É o caso de uma rádio comunitária, credenciada, em Capelinha. Ela serve ao ex-prefeito Gelson Cordeiro. O Ministério das Comunicações deveria fechar rádios com esta característica.