quinta-feira, 24 de março de 2016

Crise política e manifestações: O que está em jogo?



Por Alexandre Macedo
(Texto originalmente publicado no Jornal Acontece, edição nº 75, Março 2016)

Todos nós acompanhamos por meio da mídia a grande repercussão das manifestações ocorridas nas capitais e em várias cidades por todo o Brasil no último domingo, dia 13 de março. Diante disso, qual a conclusão a ser tirada desses atos? Haverá impeachment? O que mudará? O que extrair de positivo diante dessas ações?

É claro, não podemos desconsiderar o fato de que as pessoas estão se manifestando, sejam elas de esquerda, direita ou centro. A simples opção de se abdicar do conforto de seus lares e dos lazeres essenciais ao descanso semanal para estarem participando de um ato de cidadania é muito louvável e essencial para a nossa jovem democracia.

Mas, diante das manifestações, é preciso que possamos estar atentos a uma série de questões como, por exemplo: Qual é o verdadeiro interesse desses atos? Quem está por detrás de toda a organização? Quem a convocou? Qual o seu verdadeiro objetivo? Este ato parte de uma vontade geral ou apenas de uma minoria? Refletir sobre essas questões é primordial para que não sejamos usados como massa de manobra e servir de força motriz para propulsar interesses de políticos corruptos ligados aos grandes empresários. Políticos estes que depois estarão agindo contra os interesses da classe trabalhadora. Afinal, vivemos numa sociedade dividida em classes, ou seja, os interesses dos grandes empresários não são os mesmos da classe trabalhadora e vice-versa. Há projetos societários que possuem em sua gênese o fomento de políticas públicas para atender as grandes necessidades do povo em suas diversas formas (saúde, educação, assistência social e outros). Há também projetos que visam apenas os interesses elitistas, estão pouco se “lixando” com as necessidades da maioria da população. São eleitos para atender os interesses daqueles que investiram milhões em suas campanhas e, claro, para votarem contra quaisquer projetos que beneficiem os trabalhadores. Afinal, vantagem para o trabalhador é prejuízo para os grandes empresários. Cabe a nós, identificar tais questões para agirmos com coerência em pró do projeto de sociedade que almejamos para que não sejamos enganados.