A Universidade Federal dos Vales
Claudenir Fávero - Ex-Pró-Reitor de Extensão e Cultura da UFVJM - parana@ufvjm.edu.br
Todas as universidades federais criadas antes do Gverno Lula foram denominadas inserindo-se na nomenclatura o nome do estado ou do município na qual foi sediada (Universidade Federal do Acre, Universidade Federal de Santa Maria,...). O diferencial sempre foi a designação Federal, sendo esta sinônimo de qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão e, sobretudo, alta concorrência nos processos de admissão.
No Governo Lula passou-se a designar as universidades federais com o nome da região nas quais estão inseridas (Universidade Federal do Vale do São Francisco, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Universidade Federal do Pampa,...). Muito mais do que reflexo da interiorização das Instituições Federais de Ensino Superior (um dos maiores legados do Governo Lula) estas designações evocam um compromisso destas instituições, não apenas em facilitar o acesso das populações interioranas a educação superior de qualidade, mas de contribuir na promoção da melhoria das condições de vida dos habitantes destas regiões.
A criação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) significou o
atendimento de uma antiga reivindicação e o sonho do acesso facilitado a cursos de graduação e pósgraduação em que o ensino, a pesquisa e a extensão estivessem comprometidos e imbricados com a realidade dos povos destes Vales, em que pese a frustração inicial de a mesma ter sido criada com apenas dois campi e muito distantes de boa parte das microrregiões situadas nas porções média e baixa dos Vales.
Além disso, teria que carregar a herança de cinco décadas de uma faculdade altamente
elitizada, criada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que se manteve durante todo este tempo, no dizer de muitos, “de costas para os Vales”.
Ainda que se reconheça que muitos dos membros da comunidade universitária (incluindo Docentes, Discentes e Técnicos Administrativos) não abraçaram o compromisso com os Vales, seja por desconhecimento da realidade, por preconceito, por discriminação ou por ideologia mesmo, a UFVJM representa uma esperança para os Vales da presença, historicamente ausente, do Estado Brasileiro por meio de uma instituição que pela sua diversidade e pluridimensionalidade possibilita o contraditório e o complexo na busca da superação das dificuldades e da expressão das potencialidades desta região.
Exemplo da interação da UFVJM com a realidade dos Vales é a realização da “Semana Envolver” e os processos por ela desencadeados.
O envolvimento, a imbricação, o compromisso, somente se alcança quanto se tem foco. O foco é
necessário e, por vezes, imprescindível para justificar projetos, propor ações, formatar estruturas curriculares, captar recursos, mas sobretudo, para o exercício do controle social em relação aos serviços públicos.
Um dos principais argumentos utilizados pelos que defendem a mudança do nome da UFVJM é que, com isso, possibilitará o encaminhamento, pela Presidência da República, de um Projeto de Lei ao Congresso Nacional criando uma nova instituição e propondo uma reorganização administrativa com aumento de cargos, número de servidores e, até, a possibilidade de implantação de novos campi no Vale do Jequitinhonha.
É público e notório, que a decisão de se implantar novos campi e novas universidades é política e acontece nos gabinetes em Brasília e não nos Conselhos Universitários, independente de denominação A ou B.
Se os Vales tiverem força política para implantação de novos campi universitários, eles serão implantados, constando ou não em PDIs. Assim como, se o Norte de Minas tiver força política para desmembrar os campi de Janaúba e Unaí da UFVJM e criar uma outra universidade, assim será.
EU VOTO NÃO À MUDANÇA DE NOME.
Embora entenda que esta é uma decisão que não deva ficar circunscrita ao âmbito da comunidade universitária.
Fonte: Blog do Banu
Fonte: Blog do Banu
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