terça-feira, 27 de setembro de 2011

Criação de novos câmpus universitários gera polêmica no semiárido mineiro

Do site do Estado de Minas

Prefeitos e lideranças políticas se mobilizam para evitar construção de dois complexos universitários a 700km da sede da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Publicação: 27/09/2011 06:00 Atualização: 27/09/2011 07:51
  
A criação de dois câmpus da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), implantada no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem provocado polêmica na região do semiárido mineiro, onde a instituição está instalada. É que o Ministério da Educação quer expandir a universidade para as cidades de Unaí, no Noroeste de Minas, quase divisa com o Distrito Federal, e Janaúba, no Norte do estado. Lideranças e movimentos sociais da região se organizam para tentar barrar a ampliação da universidade para fora da região, defendendo que o investimento seja revertido para os dois câmpus já existentes, em Diamantina e Teófilo Otoni.

Em seminário na Câmara dos Deputados no dia 13 organizado para discutir o desenvolvimento sustentável dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, prefeitos aprovaram documento em que pedem o asfaltamento da BR-367, a recuperação da Bacia do Rio Jequitinhonha e a expansão da universidade na própria região. O Conselho da UFVJM deveria ter se reunido em setembro para decidir sobre o caso, mas devido à repercussão dos novos câmpus, adiou para 7 de outubro.

A criação de câmpus no Brasil foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em agosto e pegou de surpresa até a UFVJM, já que o projeto que criou a instituição previa novas unidades, mas todas nos vales. Esta deve ser a última expansão de universidade brasileira feita por determinação do MEC. A partir de agora, a ampliação vai ser feita baseada em projetos das próprias instituições. O reitor da UFVJM, Pedro Angelo Almeida Abreu, disse que a universidade, apesar de não ter requerido, foi “aquinhoada” com os câmpus. “Surpresas à parte, o MEC ofereceu a tutela destes dois Câmpus à UFVJM no pressuposto de sermos a única Ifes (Instituição Federal de Ensino Superior) com sede na metade norte do Estado e, sobretudo, para tornar esta universidade mais robusta”, afirma o reitor. Segundo ele, se esses câmpus não forem incorporados pela instituição, serão por outra universidade estabelecida no estado. A decisão tem de passar pelo conselho formado majoritariamente por representantes da universidade. Uma única vaga pertence à comunidade, representada no conselho pelo Fórum de Desenvolvimento dos Vales, cujo indicado é um dos coordenadores da Cáritas (entidade ligada à Igreja Católica) de Araçuaí, José Nelson. “O Vale nunca é escutado”, reclamou José Nelson.

Nome 

O reitor propõe a mudança do nome da instituição para Universidade Juscelino Kubitschek, como uma forma de justificar a incorporação de novas regiões. “Nessa perspectiva, dois novos territórios serão motivo de abordagem pela UFVJM: o Norte e o Noroeste de Minas Gerais. Motiva uma nova denominação à UFVJM?”, afirmou. Cada câmpus deve acolher 2,5 mil estudantes em sete cursos de graduação. As aulas devem começar em 2014. José Nelson rejeita a mudança do nome e aposta que o conselho não vai aceitar a expansão para outras regiões. Segundo ele, a Univale ainda carece de melhoria em infraestrutura física e de mais cursos. Para ele, antes da expansão, o MEC e a própria universidade deveriam investir na melhoria da instituição.

Para o prefeito de Virgem da Lapa, Averaldo Moreira Martins (PT), no Médio Jequitinhonha, um dos signatários do documento que pede a expansão dentro do própio vale, a criação dos câmpus  cerca de 700 quilômetros da sede da universidade é irreversível. “A expansão da universidade não tem retorno. Vai acontecer de qualquer jeito. A nossa prioridade é que pelo menos o vale seja contemplado com mais um câmpus”, defendeu. O vereador de Itaobim, Jean Freire (PT), critica: “Soa esquisito um câmpus fora do vale. Queremos sim a extensão da universidade, mas para o miolo dovVale”. Na campanha de 2010 ele entregou a Dilma um manifesto pela ampliação. “A vida inteira falam da miséria do vale, mas na hora das ações não se  lembram disso”, afirmou.

Comentário do Bernardo Vieira Moderador do Blog do Jequi
Engraçados os políticos. Depois que os movimentos sociais (blogs, sites, etc.) "compraram a briga" pela instalação de polos da UFVJM em cidades do vale, e não em Janaúba e Unaí, agora vem eles, procuram a imprensa, e se intitulam como "correspondentes" do vale. Não, não. Chega de usar o vale como palanque eleitoral. O mais grave é que tem deputado que sobe em palanque apoiando a instalação em Janaúba e Unaí e vem para o vale dizer que esta "com o vale nessa briga". O problema, Sr. Deputado, é que você quer é os votos do vale, só isso.

Esse reitor então, nem se fala. Fala descaradamente em até mudar o nome da Universidade para não criar um mal estar entre a sociedade. Ora, a universidade não é sua Sr. Reitor.

5 comentários:

  1. Outras informações sobre o assunto podem ser vistas no blog do Banu:

    http://blogdobanu.blogspot.com/2011/09/reitor-quer-tirar-ufvjm-do-vale-levar.html

    No Facebook a discussão está a todo vapor!

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  2. Complementando seu comentário MMC, segue o link para quem quiser acompanhar a discussão no Facebook
    http://www.facebook.com/groups/250108631680107/

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  3. Particularmente sou a favor da criação dos Campi propostos. Serão formas de propiciar um crescimento para essas regiões.

    Sou aluno da UFVJM e é realmente uma Universidade que vem crescendo cada vez mais, com um professores extremamente qualificados e com alunos interessados em ver a Universidade crescer.

    Não falo para descartar o crescimento da UFVJM para os Vales, mas ressalto pequenos itens:
    1-Teófilo Otoni queria tanto o Campus que até hoje não terminou o acesso ao seu Campus... onde está o comprometimento do poder municipal de lá?
    2-Diamantina por outro lado vive o dilema de ter um Campus no Centro que não decide direito se os cursos "sobem ou não" e um Campus fora da cidade que não tem nem transporte adequado para se chegar nele!

    Vejo que a questão é a seguinte: Janaúba ou Unaí terão condições de receber estudantes de fora e lhes oferecer uma estrutura melhor do que a que temos em Diamantina e Teófilo Otoni. Ouras cidades dos Vales têm a estrutura mínima para receber estudantes de fora? Antes mesmo de pensar nos estudantes que são os últimos a ser beneficiados, pense um pouco nos professores oriundos de vários estados do Brasil, recém chegados de volta ao Brasil vindos de seus mestrados e doutorados no exterior, eles vão ter condições mínimas de uma moradia boa, uma cidade que tenha cetos recursos como hospitais, agências bancarias, varias opções de lazer? Estes professores chegam e tem uma renda muitas vezes maior do que a maioria das pessoas da região e vão fica como?

    Antes da vontade política que muitas vezes é absurda, pense em quem vai manter a estrutura funcionando, não são os políticos, são os alunos, são os professores, são os técnicos e funcionários que estarão trabalhando todos os dias nesses lugares.

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  4. O que o Lucas Andrade está dizendo é que a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri deve mudar suas sedes para Janauba e Unai e acabar com suas unidades em Diamantina e Teofilo Otoni? Nao entendi esta : quer dizer que o Jequitonhonha e Mucuri nunca poderão ter universidades pq nao tem casa para alugar para os a professores e alunos?POde deixar ,Lucas,eu vou cozinhar para vcs,alunos de federais que pensam que o Estado Brasileiro é pai e mae.Qual o seu interesse nisto tudo?Nao ficou claro...

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  5. ESSE LUCAS NÃO DEVE CONHECER O VALE... PARA O SEU CONHECIMENTO LUCAS, SE A UNIVERSIDADE VIESSE PARA CAPELINHA, A MESMA TEM CAPACIDADE DE RECEBER QUALQUER PESSOA DE IGUAL PARA IGUAL, E ATE MESMO MELHOR QUE JANAÚBA E UNAÍ... TENHO CERTEZA QUE VC NÃO CONHECE CAPELINHA....

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