Por César Sampaio (twitter.com/CesarSampaioBio) com imagens de Alysson Macedo
Diante das diversas denúncias e comentários sobre a situação lamentável que se encontra o cemitério de Capelinha, faço aqui uma breve análise sobre os possíveis danos causados pelos cemitérios horizontais à saúde pública e ao meio ambiente.
Ao se pensar em Questão Ambiental, nos limitamos em proteger Matas, Florestas, Animais, Ecossistemas, etc e tal. Mas existem situações que precisam também urgentemente de um olhar mais clínico e atento como é o problema dos cemitérios. Recentemente entrou em vigor uma legislação federal sobre as condições mínimas necessárias para o licenciamento e implantação dos cemitérios no Brasil, Resolução 335, de 3 de Abril de 2003 do CONAMA.
Uma peculiaridade dos cemitérios em relação a outras atividades urbanas impactantes é que o sepultamento tem conotações culturais e religiosas diversas que devem ser respeitadas, mas nada que impeça o poder público de tomar medidas corretivas e preventivas para sanar os problemas que são graves.
O Cemitério de Capelinha é um exemplo claro do descaso e falta de planejamento. Localizado numa região onde o relevo e altura são desprivilegiados, e com infra-estrutura precária, pode trazer grandes riscos a saúde ambiental da cidade e saúde da população.
No geral, os impactos ambientais são maiores em cemitérios públicos, pois são implantados e operados de fora negligentes. Os impactos gerados são de ordem biológica, química entre outros.
Os impactos biológicos podem aumentar o risco de contaminação de lençóis freáticos, do solo, das plantas ao entorno do local. Vírus e bactérias provenientes de doenças que acometem as pessoas, podem sim causar doenças graves a população. O vírus, por exemplo, fora de um hospedeiro não sobrevive. Ele cristaliza-se e pode ser levado pela água da chuva a locais de grande acesso como, hortas, rios, cisternas, etc. No menor contato com um novo hospedeiro, volta a causar problemas as pessoas. Sem falar no aumento de coliformes fecais e gerais e outros microorganismos no solo e água.
Os impactos químicos também são freqüentes, pois, assim que começa a decomposição do cadáver, gases como o gás sulfídrico, os mercaptanos metano, dióxido de carbono, amoníaco e a fosfina são liberados. Os dois primeiros responsáveis pelos maus odores, todos eles prejudiciais a saúde. Também existe o produto de coliquação que, é um líquido viscoso, contendo subprodutos químicos liberados durante a decomposição do corpo. Podem ser levados pela água.
O necrochorume, resultado da decomposição de um corpo, podem estar presentes diversos agente patogênicos, como vírus e bactérias, causadores de doenças como; febre tifóide, paratifóide, hepatite infecciosas e outras.
Interessante lembrar que as comunidades do entorno dos cemitérios, e que não possuem sistema de abastecimento por água encanada, estejam atentas para a qualidade da água que venham a ser captada próximos a cemitérios.
Como está claro, os cemitérios precisam de uma atenção maior dos governantes.
A implantação de uma adequada política de biossegurança por parte dos administradores dos cemitérios, contemplando procedimentos que propicie maior controle sanitário nos sepultamentos, deverá reduzir ao mínimo o impacto potencial ao ambiente. Sem falar da questão da dignidade do local. Além da pessoa estar fragilizada com a perda de uma pessoa amada, muitos sentem-se humilhados em ter que enterrar-los num local tão sujo e asqueroso como o cemitério de Capelinha.
Mais sobre o assunto [links]:
A realidade do cemitério de Capelinha é terrível! Temos que ter em mente que foi criado em uma época que não existiam obrigações e preocupações ambientais (parece que tem pelo menos 100 anos de existência). Um cemitério no alto de um morro, que não possui mecanismos para minimizar o impacto de materiais orgânicos em decomposição e que não apresenta um plano de gestão a longo prazo com certeza não será um lugar agradável. E infelizmente esta é a realidade do cemitério municipal de Capelinha. Os parentes e amigos de pessoas que falecem e são sepultadas no local não tem um mínimo de conforto espiritual ou psicológico quando vão se despedir dos que deixam a vida.
ResponderExcluirobrigado por mostrar realidade do cemitério!! fico muito triste, nem animal merece ser sepultado nesse lugar, que disse, sagrado! ninguém fas nada! disse que o padre responsável!!! sera!!,as fran;
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