quinta-feira, 15 de março de 2012

Entre o presídio e a universidade: a trajetória de um povo condenado em busca da redenção

Determinados fatos e eventos possuem trajetórias de tal forma embaralhadas, que durante e após seu desenrolar torna-se complicado, às vezes impossível, estabelecer onde começou e quais foram seus principais agentes motores. Alguns desses acontecimentos não possuem um início determinado, mas pode-se usar o plural e falar de inícios que ocorrem simultaneamente em lugares diferentes, se conjugam e configuram uma grande articulação posteriormente.
A trajetória que desejamos tratar tem um começo tortuoso, como descrito acima. Um meio extremamente disputado e um final (mais ou menos) incerto, porém carregado de expectativas. O nosso ponto de vista para narrar o evento em questão se dá a partir da cidade de Capelinha e seu tempo remonta a agosto de 2011.
Desde o início daquele mês circulava na cidade comentários a respeito de um certo “cadeião” que o Governo do Estado, com o aval do Legislativo e do Executivo municipal, instalaria na cidade. Na falta de informações confiáveis, os boatos se encarregaram de semear a "verdade" daquele momento: Capelinha seria sede de um enorme presídio com capacidade para mais de 400 presos. Tudo começou quando a SEDS (Secretaria de Defesa Social) lançou concurso para lotar 40 vagas em Capelinha, dentre as quais 32 agentes penitenciários. Com algumas apurações, descobriu-se que desde o início do ano alguns vereadores tentavam transformar a cadeia local em um presídio estadual. Na prática, a administração do presídio já era do Estado, pois a responsável pela instituição era a Polícia Militar.

Mas as mudanças foram feitas à reboque da comunidade, que não foi convocada para nenhuma Audiência Pública visando discutir as mudanças que viriam com a propalada “assunção” da cadeia municipal para a categoria de presídio estadual. Tudo aconteceu nos gabinetes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Em algumas reuniões da Câmara Municipal o assunto foi discutido, mas como todos sabem as reuniões dos vereadores de Capelinha não são eventos mais interessantes que o Jornal Nacional ou a novela das nove. Deveriam ser, mas a realidade, definitivamente, é outra. Logo, poucas pessoas se informaram dos fatos. Além disso, nessas reuniões a população não tem direito a palavra e, portanto, a contrariedade em relação a determinados projetos ou ações desenvolvidas pelos ilustres representantes do povo não pode ser externada durante esses eventos. O caminho lógico para que a situação fosse realmente debatida com a população seria a realização de algumas Audiências Públicas, como já foi dito.
Diante desse quadro, o MMC lançou no seu blog uma postagem intitulada Xô cadeião! Aqui não!, onde o sentimento de grande parte da população de Capelinha foi externado. A publicação gerou um enorme alvoroço. Centenas de comentários indignados, reprodução em outros veículos da Internet de todo Vale do Jequitinhonha, nota de esclarecimento emitida pela Prefeitura e ameaças de processo povoaram aqueles dias. Mas o que chamou mais a atenção foi a entrevista realizada pela Rádio Aranãs FM no dia 17/08.
Na ocasião estiveram presentes membros de todas as esferas de poder do município e também da Igreja Católica. Todas as informações veiculadas pelo MMC foram rechaçadas, o representante do judiciário procurou esclarecer as polêmicas e a “assunção” foi ainda mais alçada às alturas.
Alguma coisa muito importante aconteceu naquele dia. Finalmente, depois de meses de mobilização, a existência de um grupo organizado contra o sistema político vigente na cidade foi repercutida pela principal rádio da cidade. Mas, infelizmente, em nenhum momento buscou-se ouvir esse grupo para entender suas motivações.
Daquele evento ficaram várias lições e ele marcou uma virada de página nas estratégias de atuação do MMC. Dentre as dezenas de comentários publicados na postagem (em sua maior parte anônimos) muitos se referiam à questão educacional. Várias pessoas registraram a opinião de que para lutar por investimento em educação não se via nenhum vereador local mobilizado, mas pelo “cadeião” todos se prontificavam. O que ficou claro naquele momento, é que a população já não se acomoda mais com a hipocrisia politiqueira vigente e vê o processo educacional como uma possibilidade de redenção.
Simultaneamente ao episódio “cadeião” ouviu-se um grito vindo da cidade de Berilo. Um grito que clamava por mobilização, pois um dos maiores patrimônios do Vale do Jequitinhonha corria o risco de perder suas origens – a nossa Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Albano Machado, mais conhecido com Banu, anunciou a todos os ventos cardeais jequitinhonhenses a decisão do governo federal de criar dois campi universitários nas cidades de Unaí e Janaúba vinculados à UFVJM (municípios localizados fora dos Vales para o qual a Universidade foi originalmente idealizada).
De início, a resposta do MMC a convocação de Banu foi apenas republicar sua postagem, pois o grupo ainda estava no embate sobre o presídio. Foi exatamente nesse momento que Zara Sampaio, uma das maiores lideranças do processo que transcorreu nos meses subsequentes, conclamou a pela virada de página e que o MMC se engajasse nas discussões sobre a situação. Quando se percebeu que o recado havia sido entregue às autoridades de Capelinha e que existia uma ampla demanda social por educação de qualidade, o Movimento Muda Capelinha passou a empunhar a bandeira.
Naquele momento, qual era o panorama que chegava ao nosso conhecimento? De concreto, apenas a decisão da SESU (Secretaria de Educação Superior do MEC) de criar os campi em Unaí e Janáuba vinculados a UFVJM. Aos Vales, nada sobrava! Cabe lembrar que desde o início Banu colocou em dúvida a própria manutenção da terminologia “Vale do Jequitinhonha” na nomenclatura da universidade, suspeita que, como sabemos, mais tarde quase se concretizou (mais sobre o assunto aqui e aqui).
Rapidamente o Facebook foi transformado na principal ferramenta de articulação. Percebeu-se a ocorrência de reações indignadas que aconteciam em todo Vale, mas não havia nada articulado. Após discussões preliminares, criou-se um pequeno grupo de discussões congregando blogueiros e membros da sociedade civil, principalmente do Alto Jequitinhonha. No intuito de ampliar o debate, criou-se uma postagem sobre o assunto e e-mails foram enviados para várias pessoas e grupos da região, aos quais foi pedido que também se envolvessem nas discussões. Nessa postagem, que teve mais de 230 comentários, foram discutidas estratégias, prazos, informações e decidiu-se lançar um abaixo-assinado (esboçado por Zara Sampaio) que ganhou uma versão virtual e outra no suporte de papel (todo processo de debate pode ser visto aqui). Esse documento circulou amplamente e foi um dos principais meios de divulgação da situação.
Na busca para aumentar a extensão das ações, articulou-se com um grupo do Facebook chamado “Avança Jequi”, na época recém-criado. A partir daí, os debates integraram mais pessoas de diferentes partes do Jequitinhonha. Aos poucos o movimento, que foi intitulado como “A UFVJM é nossa”, se moldou e cresceu, congregando contribuições dos mais variados matizes ideológicos, políticos e culturais. Na primeira oportunidade que teve em Diamantina deu o seu recado e saiu fortalecido.
O que aconteceu nos meses seguintes foi uma das maiores manifestações da sociedade civil do Vale do Jequitinhonha de sua história, que mobilizou várias cidades e que destoou do imobilismo de nossos representantes até então. Agitações de rua, elaboração de projetos, grupos de debate, articulações entre municípios entre outros fatos inéditos povoaram o Jequitinhonha nesse meio tempo. Tudo para desembocar nesta sexta-feira, dia 16 de março de 2012, quando podemos estar prestes a ouvir o anúncio de 3 novos campi da UFVJM para a região que motivou a criação da universidade.
O objetivo aqui não é apenas fazer um relatório de tudo que aconteceu do mês de agosto até agora, mesmo porque em cada lugar existiram dinâmicas de articulações distintas. Além disso, o movimento cresceu tanto que ainda é uma tarefa complicada estabelecer bem suas reentrâncias.
Para concluir, propomos uma reflexão acerca das lições que todo esse processo deixará. O primeiro fato patente é que se criou uma ampla rede de comunicação envolvendo ativistas de todas as regiões do Vale. Temos certeza que a luta pela universidade é apenas a primeira batalha que esse grupo travou dividindo o mesmo front. Seja qual for o resultado da reunião do Consu, não sairemos de “mãos abanando”. É importante reconhecer que para uma primeira luta nosso exército, embora desorganizado em alguns momentos, lutou muito bem. Também é necessário reconhecer o empenho das associações artísticas e comunitárias, câmaras e prefeituras municipais, escolas, grupos de jovens, empresas e todas as entidades regionais que ouviram o chamado e vestiram a camisa da causa.
Durante esse tempo percebemos o enorme potencial da nossa sociedade civil, mas simultaneamente ficou ainda mais evidente que nossas diferenças podem colocar tudo a perder por muito pouco. O elemento alentador é que somos capazes de organizar mobilizações e pressionar grupos políticos que até então viam os Vales apenas como redutos eleitorais. Descobrimos que nossos representantes eleitos podem sim trabalhar efetivamente por nós, desde que haja pressão organizada e com objetivos bem delimitados. E, definitivamente, ficou claro que para a população regional investimento em educação deve ser prioridade de todas as esferas de governo. Apenas a educação é capaz melhorar a realidade, possibilitar a redenção de nossa sociedade e impedir que “cadeiões” e “assunções” sejam considerados alternativas para resolver problemas de ordem e origem social.
A conclusão maior é que a força da coletividade muda o mundo.



*Para acessar os links mencionados basta clicar nos termos em vermelho.

20 comentários:

  1. Amanhã é o dia !!! Força Capelinha, a universidade é nossa !!!

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  2. Concretizando o sonho do campus da UFVJM em Capelinha, é o que esperamos.

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  3. O Vale despertou depois de anos clamando por "esmolas sociais". O poder emana do povo e somente agora entenderam a força que uma mobilização social provoca em todo processo político. Essa luta, mesmo com a divisão entre as cidades, demonstrou que o vale unido é forte e que não precisa dos coronéis da política para realizar uma mobilização social que cause impacto. Vejo como um próximo passo um manifesto neste sentido para o asfaltamento da BR-367. Parabéns ao MMC pelo brilhantismo de sempre.
    Bernardo Vieira
    Blog do Jequi

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  4. No caso do campus da UFVJM em Capelinha,ele tem contexto, mês,lugar e hora.Contexto: Pesquisa : De viúvas de maridos vivos a mulheres guerreiras", que gerou o Grupo de Mulheres Mobilizadas pela Educação Superior. Mês: a primeira reunião se deu em Novembro/2010. Horário: 10 da manha de um sábado chuvoso.Local: Sindicato dos trabalhadores nas Industrias extrativas.De la para cá,vcs ja sabem a historia,mas,o inicio é este ,conforme podem atestar as mulheres participes e Terezino Cordeiro,o unico homem que participou da mesma.A historia da cadeia viria muito depois.Ainda penso que o MMC nao reconheceu ,naquele momento, a importância da luta que tínhamos e ainda temos pela frente.
    Assinado : Maria do Rosário Sampaio (Zara Sampaio) .

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    1. Zara, no meu entendimento são processos muito diferentes. O que aconteceu em agosto/setembro de 2011 foi uma situação totalmente distinta de novembro de 2010. A começar pela dimensão. Não custa lembrar que quando as articulações se iniciaram no FB ano passado visavam perspectivas regionais. Além disso, o texto é para registrar como o MMC se envolveu no debate. Isso não tira o mérito da reunião e ações do Grupo de Mulheres Mobilizadas pela Educação Superior.

      O nome disso é processo histórico. Coisas que acontecem no mundo e não tem uma única origem.

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  5. O Vale pode preparar o enxoval, pois o trabalho de parto já está prestes à iniciar.

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  6. Hoje, grande dia para o Vale do Jequitinhonha, onde o desenrolar dessa batalha que a meses vem sendo travada pela nossa gente. Força Capelinha e confiantes que independente do resultado a maior batalha já foi vencida, que é o levantar de uma bandeira emanada do povo.

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  7. OBRIGADO ZARA SAMPAIO,PEDRO VIEIRA E VEREADORES DE CAPELINHA PELA ESTE GRANDE PRESENTE NOS 100 ANOS

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  8. Zara Sampaio, peça fundamental para a realização de um sonho para Capelinha. Quanto aos vereadores e prefeito sinceramente não sei o que eles fizeram, aliás sei, pegaram carona no trabalho da Zara para ficarem com o crédito. Mas o povo não é retardado não.

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  9. Douglas: tudo é processo.Se eu nao estivesse envolvida numa pesquisa com mulheres pobres ,mas,que ousaram sonhar com universidade,eu estaria tao implicada na luta quanto estive e estou ? Nao.Chama-se comprometimento com os sujeitos da pesquisa ,ir além da mera contemplação da realidade estudada.Aqui,a questão é método de pesquisa: materialismo histórico-dialético.Eu e Banu nos encontramos no mesmo dia da postagem.No mesmo dia começamos a traçar planos via email.Eu nao esbocei a petição on line: eu a redigi,como de resto,fui a redatora oficial da maioria dos documentos do Movimento.Faz parte de meu trabalho de pesquisa.Claro que o Grupo poderia acrescer ou retirar itens.Vc estava muito ocupado : o concurso de mestrado se aproximava e era sua prioridade.Alexandre estava em fase de elaboraçao do seu TCC. Compreensível que vocês nao tenham acompanhado todo o desenrolar do processo.Até por isso,Marta Sampaio foi designada representante do MMC na luta em Capelinha.Entretanto,lembro que houve ocasião em que um jovem desenhista de tirinhas de humor ocupou o espaço do MMC,enquanto o debate pegava fogo no A UFVJM é Nossa!Lamento que você conte a sua versão da História ,sem levar em conta que detalhes fazem toda diferença.Já disse também que o que mata é a vaidade.A vaidade mata os grupos,as idéias, os bons sentimentos.Ela acaba com tudo.Uma pena!Vejo no MMC o maior evento politico da juventude do Vale do Jequitinhonha e tenho estimulado que outros jovens de nossa região o conheça e se contaminem.Vejo respostas positivas.Entretanto,quantas e quais são os integrantes hoje? e Por que? Fica a dica : uma mergulho interior na própria condução e a César o que é de César.. Continuo creditando o inicio da luta em Capelinha às mulheres : aquelas que construíram o muro de Tebas..(aliás,elas permanecem na luta.Vc terá noticias nossas em breve)
    Maria do Rosario Sampaio( Zara Sampaio)

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  10. HELIO DO JORNAL, JAILSON PEREIRA,ARANÃS FM,Familia sempre SAMPAIO, MMC(EDUARDO,XANDY,DOUGLAS), TEREZINO DO PT, e em especial o único deputado que teve a coragem, de colocar sua cara a frente dessa tão sonhada UFVJM. Parabéns REGINALDO LOPES!!!
    com seu apoio podemos afirmar a UFVJM é nossa!!!

    Sempre fostes pessoas firmes que batalham com honestidade, lutam com dignidade e por serem assim tão eficazes merecem com toda certeza o prêmio dessa conquista.

    Que a vitória de hoje seja celebrada com muitas felicidades, pois vocês são a razão mais forte deste acontecimento e com toda certeza vocês que tem o direito de desfrutarem
    dela com todo prazer que suspiram em suas almas.

    Acredito que inúmeras vitórias vão surgir pela frente, e que inúmeras vezes vocês a de serem pessoas vitoriosas.

    Aqui fica o meu abraço e minha alegria.
    Estou feliz por vocês.
    Parabéns CAPELINHA a vitória é nossa!!!
    LUCIANO;

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  11. Poderia aqui enumerar diversas promessas não cumpridas de nossos Vereadores e do Prefeito, más tem uma que não poderia deixar de citar: Certo vereador prometeu na campanha de 2008 que todo eleitor ganharia sua habilitação, nem do papel saiu, se é que fora pro papel, Uma promessa não cumprida e você jovem sabe quem é esse Vereador! O prefeito prometeu medico em todos os postos, até 10 horas da noite, pergunto cumpriu?

    Neste ano teremos eleição e novas promessas serão feitas por estes que ai estão, será que devemos acreditar nestes bostas que não conseguiram cumprir um terço do que prometeu na eleição de 2008? Reflita, pois seu Futuro depende desta eleição, pois querendo ou não, nossas escolhas de hoje afetarão toda nossa vida. A unica coisa que não prometeram e estão fazendo pra todo lado, é abrir sacolões, acabando com nossos feirantes.
    Os políticos, bem como seus baba-ovos, têm memória curta. Para isso eu estou aqui...ajudar-lhes a relembrar aquilo que querem esquecer de propósito.
    MEDICOS ATE AS 10 NOS POSTOS
    ASFALTAMENTO DE 10 RUAS DO APARECIDA.
    AS OBRAS COMEÇARAM ASSIM QUE ESTIAR.
    ASFALTAMENTO AGUA SANTA
    E OUTRAS...

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  12. Dai a César o que é de César: é inquestionável que quem primeiro levantou a bandeira de luta para reivindicar a UVJM para o Vale do Jequitinhonha foi o Banu e o MMC. Fato. Ponto final.

    Segundo: se tudo é processo, aqui em Capelinha, esse processo começou com a luta incansável de Maria Odeth Sampaio que batalhou para trazer o ensino superior a cidade.

    Começam a se acender as chamas da fogueira da vaidade.

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    1. Falei de início do processo da luta pelo ensino superior ,meu caro.Nao do seu desenrolar,o qual ninguém sonhava que fosse tomar a dimensão que tomou...E Obrigada por reconhecer o mérito de minha irmã Maria Odeth Sampaio:este sonho era o dela,nao o meu.E Hélio,do Jornal,tem toda razão: se nao fosse a união de uma maioria da cidade,nada teria sido possível.No mais,é gente contando a historia sem ouvir seus atores.O MMC contribuiu na medida em que pode,visto que seus dois coordenadores,à ocasião,estavam envolvidos em compromissos inadiáveis.Marta Sampaio os representou bem,mas,nao poderia postar as noticias e nem todos possuem facebook.Foi uma pena.Nao faz mal.A luta saiu vitoriosa mesmo assim.
      Eu assino.Maria do Rosário Sampaio.(Zara)

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  13. Anônimo acima!

    Sim, precisa sim acender a fogueira da vaidade, da falta de modéstia, pois infelizmente muita gente só lembra de quem fez alguma coisa, quando a gente enumera nomes, conta o que fez!

    Esse movimento é apartidário, apolítico é do povo. No entanto, tem gente que trabalhou mais, tem gente que trabalhou menos e tem gente que não fez nada e quer aparecer na mídia como benfeitor da patria.

    Ao MMC, A PREFEITURA MUNICIPAL, A CÂMARA MUNICIPAL DE CAPELINHA, AO POVO CAPELINHENSE FORMADO POR MUITOS JOVENS, MULHERES E HOMENS DE BEM QUE FIZERAM TANTO PARA QUE O SONHO SE TORNASSE REALIDADE.

    SE O MOVIMENTO NÃO TIVESSE GANHADO O APOIO DA PREFEITURA E DA CÂMARA, SERIA MEIO QUE IMPOSSÍVEL REALIZAR ALGUMAS COISAS COMO A MANIFESTAÇÃO QUE TEVE MAIS DE DE 7 MIL PESSOAS, A IDA A BRASÍLIA, DIVERSAS VIAGENS PARA CIDADES VIZINHAS, XEROX, O PROJETO, FIXAS, CARTAS, CAMISETAS E TANTA COISA QUE ACONTECEU. TUDO ISSO SOMAM EM NÚMEROS MONETÁRIOS MAIS DE R$1OO MIL REAIS.

    NÃO É PUCHASSAQUISMO, MAS CAPELINHA TEVE O APOIO TOTAL, TANTO DA PREFEITURA, COMO DA CÂMARA.

    ISSO NÃO ACONTECEU EM NENHUMA OUTRA CIDADE.

    O POVO CUMPRIU O SEU PAPEL, COLOCOU O BONDE NA RUA, FEZ BADERNA, BARULHO, ASSINOU, VIAJOU, CORREU ATRÁS E FEZ ACONTECER.

    UMA DAS COISAS QUE APRENDI, FOI A GRATIDÃO.

    CAPELINHA JÁ TEVE OPORTUNIDADE DE TER A IFET QUE FOI PARA SÃO JOÃO EVANGELISTA, MAS POR FALTA DE APOIO POLÍTICO PERDEU. EM MEADOS DE 2000, 2002 CAPELINHA TINHA NA MÃO A UNIMONTES MAS TAMBÉM PERDEU.

    AGORA A HISTÓRIA É DIFERENTE, MUITA GENTE FEZ, MAS TAMBÉM MUITA GENTE, NOS BASTIDORES ATRAPALHOU.

    DUVIDA? ENTÃO INVESTIGUE E SABERÁ PORQUE ARICANDUVA APOIOU CAPELINHA E DEPOIS ITAMARANDIBA.

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  14. Outra coisa:o artigo se propõe entender a complexidade dos processos sociais: apontei um elemento importante que nao pode ser descartado apenas porque o fulano ou sicrano discorda da metodologia de pesquisa ou nao gostam da "personalidade forte" da pesquisadora.Na ocasião da primeira reunião,certa autoridade da cidade debochando quando convidada para a reunião, disse que o grupo de mulheres devia ser louco por lutar por ensino "superior público e de qualidade",o que afinal,resultou ser campus da UFVJM.Um mestrando em História recusar este dado ou nao ouvir as partes envolvidas entre outubro-dezembro( concurso) e se recusar a ouvir o registro,é,no minimo questionável.Meu interesse em registrar o fato nao se dá por vaidade: é pela história e pela pesquisa em si.Nao sou candidata a nada.Mas,torço para que os pesquisadores que chegam ao Jequitinhonha - e são muitos- se comprometam mais com o seu povo.Mas,para o comando deste blog,pelo que leio, serão bem vindos os pesquisadores que fazem dos sujeitos de pesquisa uma mera peça que ilustra dissertações e teses que mofarão em gavetas acadêmicas.
    Por fim,demorei muito a entender a razão da centralização das postagens nas mãos de duas pessoas apenas : hoje sei que é projeto politico partidário de longo termo.Pergunto-lhes: entre setembro e janeiro,quais postagens que este blog fez enfatizando nossa luta pelo campus? Havia ,sim,o que postar.Eu justifico plenamente,os dois coordenadores do blog estavam ocupadíssimos com temas complexos que lhes demandavam toda atenção.Foi stress puro para ambos.Mas,desculpe, dai a nao reconhecer as impossibilidades já parece uma outra coisa ...
    Maria do Rosário Sampaio.
    Maria do Rosário Sampaio (Zara Sampaio)

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  15. Não vejo exatamente a que lugar nos leva a luta de egos. Existiu mobilização social, acima de tudo. Quem a convocou, não é o mais importante. De quem é o mérito? Dane-se! Capelinha está às traças, faz décadas, e ninguém bateu no peito para se acusar da inércia. Mas quando aparecem fatos que podem representar promoção levantam-se seus donos... A UFVJM é de Capelinha. Quem a conseguiu foi o povo de Capelinha. O MMC, Zara e outros, como cidadaos e Movimento de Capelinhenses, contribuíram, mas o mérito é coletivo.

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    1. Tai Juvenal..estava na inercia e lamento ter de lhe dizer que foi o MMC que se levantou para tirar a cidade desta inercia..Tenho certeza que é preciso dar nomes aos bois: O MMC foi perseguido quando mostrou o caminho para a camara...Onde vc estava? Vc os defendeu quando estes sofreram ameaças? Nao é luta de egos: é gente que faz a diferença.. Seria bom dizer tambem os nomes dos zumbis,dos robots,das trairas ..mas,para que? Melhor dizer os nomes dos pro-ativos e estimular que estes continuem a sua luta .. Zara Sampaio

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    2. Prezada Zara,
      infelizmente não nos conhecemos para atribuirmos conhecimentos tão seguros acerca uns dos outros. Em relação a você, baseio-me nas suas postagens via facebook além dos comentários acima. No meu caso, embora resida em São Paulo já há sete anos (e fora de Capelinha há nove), sou colaborador do MMC, mesmo que você nunca tenha ouvido meu nome por aí e, dentro dos limites espaciais e culturais em que me inscrevo, fiz e faço o que está a meu alcance (tenho alcance pequeno se comparado ao seu. Uma pena viu...). Participei, quando morava aí, de processos culturais e suas implicações políticas (mesmo que não se fale meu nome nos dias de hoje, ou não se saiba quem sou). Entendo sua necessidade por ícones e lideranças (o que me leva a crer que você é herdeira de movimentos esquerdistas do século XX), mas, como disse ao Douglas num encontro pessoal no fim do último ano, é preciso estirpar esse vício em personalismo que assola Capelinha há tanto tempo. Eu não desejo que as pessoas saibam quem sou, não faz diferença, desde que minha ação gere resultados no sentido de provocar-lhes ações. Não vejo nossa cidade precisando essencialmente de personalidades. Até mesmo porque isso mostrou sua ineficiência na década de cinquenta com a "turma do café", na década de oitenta com a "turma da cultura", nos anos noventa com a nova "turma da cultura"...
      Precisamos de ideias, boas ideias, que independam de seus autores, que possam sobreviver a seus autores. Esse é o caminho que entendo e que, no MMC, ainda estamos longe de alcançar.
      Enfim, ponto de vista, como sempre há de ser...
      Obrigado por sua resposta. É um prazer "conhecê-la".

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  16. Se não fosse o Wellington Miora, a prefeitura não tinha feito nada para ajudar; pois o prefeito nunca mostrou as caras nas reuniões. A Câmara dos vereadores só foi representada pelo Cleuber, Zezinho,Wilson, o restante nada fizeram... Essa é a verdade... doa a quem doer...

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