Projeto prevê fim de cobrador de ônibus
Com o apoio do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o vereador e ex-presidente da Câmara Antonio Carlos Rodrigues (PR) apresentou ontem projeto de lei que autoriza o fim dos 15 mil cobradores de ônibus de São Paulo. Se aprovada, a proposta permite que a função de cobrança de passagens passe a ser atribuída aos novos motoristas contratados a partir de 2012.
Esse é o primeiro projeto que tenta modificar uma polêmica lei de 2001 que blindou a função de cobrador ao obrigar que todos os coletivos da cidade tivessem um funcionário para auxiliar o motorista a orientar os usuários e fazer cobranças quando necessário. Um dos argumentos para a mudança é de que hoje apenas 8% dos passageiros pagam com dinheiro – maioria usa bilhete único, implantado em 2004.
Ligado aos donos das viações, Rodrigues disse que o fim dos cobradores visa a reduzir os custos operacionais apontados pelo próprio Sindicato de Motoristas e Cobradores, que em maio havia fechado acordo com os empresários para acabar com a função de cobrador, realocando os funcionários para outras funções. Segundo o acordo, não havia uma data estipulada – apenas a obrigação de um adicional de função de R$ 250 para os motoristas. Agora, novos motoristas já poderão acumular a função de cobrança assim que o projeto for aprovado.
“Não tem nada de pressão de empresário, é readequação de funções”, argumentou Rodrigues. Pelo projeto, os cobradores devem ter preferência nas seleções de novos motoristas. O projeto deve ser analisado hoje na Comissão de Constituição e Justiça. A reportagem não conseguiu contatar representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores.
Líderes governistas afirmavam desde segunda-feira que o prefeito queria um projeto para colocar fim aos cobradores. Apesar de fazer oposição a Kassab, Rodrigues aceitou apresentar a proposta para agradar aliados dentro das empresas de ônibus. Oficialmente, o governo nega que tenha articulado a apresentação da proposta.
Donos das viações pressionam Kassab pelo fim dos cobradores desde 2009. Mas o prefeito sempre alegou que não poderia assinar um projeto com essa proposta pelo prejuízo político que poderia causar, apesar do alto valor dos subsídios pagos pela Prefeitura– serão R$ 600 milhões só no ano que vem – para manter em R$ 3 o preço da tarifa.
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão
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