Por João Paulo, publicado no jornal
Estado de Minas de 22/09/2012
O que uma eleição mostra é um rearranjo de forças.
O conflito permanece. E tem que permanecer
A tendência
a concentrar nossa experiência democrática nos períodos eleitorais fez muito
mal à cidadania brasileira. A cada pleito, a disputa parece se concentrar entre
dois nomes e, escolhido um deles, a democracia se instala, o título de eleitor
vai para o fundo da gaveta e a consciência de participação ganha um afago,
ainda que muitas vezes constrangido: “Pelo menos fiz a minha parte”.
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A política continua depois das eleições |
Essa
história, tantas vezes repetida, costuma ser seguida de avaliações de
conjuntura ou conversas de bar, que tentam decifrar o que pensa “o brasileiro”,
por que escolheu fulano, o que isso significa a curto e médio prazos e por aí
vai. Não é incomum que o julgamento que põe fim à discussão pontifique que se
trata de uma escolha democrática e que, ao derrotado, só cabe aceitar.