terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Em quem votar nessas eleições?


Por Alexandre Macedo*
(Texto publicado originalmente no Jornal Acontece, ed. nº 74, Fev. 2016)


É chegado o tempo de mais uma eleição municipal e a pergunta que devemos nos fazer desde já é: “Em quem votar”? Está aqui uma questão de difícil resposta, pois afirmar em quem devemos confiar nosso voto é uma espécie de ‘tiro no escuro’, ou seja, como ter a certeza de que nosso voto será sinônimo das mudanças que precisamos em nossa cidade?

Sendo assim, poderemos fazer o contrário e mudar a questão pra: “Em quem não votar”? Dessa forma, por meio de uma lógica reversa, conseguiremos refletir com mais clareza sobre esse processo tão importante em nossa vida política e social. Basta olharmos para o outro lado da rua e já podemos avistar os mesmos candidatos que, imponentes, já desfilam pelas ruas de nossas cidades com os discursos de sempre, visando, única e exclusivamente, a chegada ao poder ou a permanência em seus cargos por mais quatro anos. Têm interesses relacionados apenas ao usufruto dos gordos salários e à pompa que os cargos públicos oferecem. Pouco se importam com o bem-estar da população, não trazem vivo no peito o ardor pela justiça social, pela igualdade, dignidade e promoção dos direitos humanos. São mesquinhos e fazem da política apenas uma atividade egoisticamente vantajosa.

Longe de generalizarmos e com algumas exceções, há também sempre uma safra nova, com rostos joviais que adotam a “força da juventude” como lema para sinalizar que, dessa vez, algo ‘diferente’ vem por aí.  Com seus ares pomposos é fácil identificar suas fantasias de ‘salvadores da pátria’, como se a mudança necessária dependesse simplesmente da “boa vontade” e não de projetos estratégicos.

Há ainda aqueles que, sob o discurso da ‘mudança’ e do ‘novo’ constroem alianças espúrias com os ex-candidatos fichas-sujas impedidos, por crimes de corrupção, a se candidatarem, em troca de patrocínios e transferências de votos. Geralmente, são ‘macacos-velhos’ barrados pela Lei Ficha Limpa, que apostam seu dinheiro lavado (ou administrado por “laranjas”) em novos candidatos para continuarem a usufruir de uma “boquinha” após a vitória do candidato que apoiou.  Tais candidatos ou grupos políticos já se corrompem antes mesmo de chegarem ao poder, imaginemos depois...