Por Alexandre Macedo*
(Texto publicado originalmente no Jornal Acontece, ed. nº 74, Fev. 2016)
É chegado o tempo de mais uma
eleição municipal e a pergunta que devemos nos fazer desde já é: “Em quem votar”?
Está aqui uma questão de difícil resposta, pois afirmar em quem devemos confiar
nosso voto é uma espécie de ‘tiro no escuro’, ou seja, como ter a certeza de
que nosso voto será sinônimo das mudanças que precisamos em nossa cidade?
Sendo assim, poderemos fazer o
contrário e mudar a questão pra: “Em quem não votar”? Dessa forma, por meio de
uma lógica reversa, conseguiremos refletir com mais clareza sobre esse processo
tão importante em nossa vida política e social. Basta olharmos para o outro lado
da rua e já podemos avistar os mesmos candidatos que, imponentes, já desfilam
pelas ruas de nossas cidades com os discursos de sempre, visando, única e
exclusivamente, a chegada ao poder ou a permanência em seus cargos por mais
quatro anos. Têm interesses relacionados apenas ao usufruto dos gordos salários
e à pompa que os cargos públicos oferecem. Pouco se importam com o bem-estar da
população, não trazem vivo no peito o ardor pela justiça social, pela
igualdade, dignidade e promoção dos direitos humanos. São mesquinhos e fazem da
política apenas uma atividade egoisticamente vantajosa.
Longe de generalizarmos e com
algumas exceções, há também sempre uma safra nova, com rostos joviais que
adotam a “força da juventude” como lema para sinalizar que, dessa vez, algo
‘diferente’ vem por aí. Com seus ares
pomposos é fácil identificar suas fantasias de ‘salvadores da pátria’, como se
a mudança necessária dependesse simplesmente da “boa vontade” e não de projetos
estratégicos.
Há ainda aqueles que, sob o
discurso da ‘mudança’ e do ‘novo’ constroem alianças espúrias com os ex-candidatos
fichas-sujas impedidos, por crimes de corrupção, a se candidatarem, em troca de
patrocínios e transferências de votos. Geralmente, são ‘macacos-velhos’ barrados
pela Lei Ficha Limpa, que apostam seu dinheiro lavado (ou administrado por
“laranjas”) em novos candidatos para continuarem a usufruir de uma “boquinha”
após a vitória do candidato que apoiou.
Tais candidatos ou grupos políticos já se corrompem antes mesmo de
chegarem ao poder, imaginemos depois...