por Silvio
Caccia Bava
O resultado
das eleições abre um novo período de gestão municipal que começa em janeiro. A
sensação que dá, tendo acompanhado as campanhas eleitorais, é de que a questão
da democracia foi deixada de lado; ninguém colocou o tema da democratização da
gestão, da descentralização da gestão, da participação cidadã, como eixo
fundamental de sua campanha. É como se as soluções tecnocráticas prevalecessem
e os “bons” governantes fossem a solução. Chegamos mesmo a assistir nesta
gestão que termina nas principais cidades do país – São Paulo e Rio de Janeiro
– a iniciativas que apontam para a militarização da gestão pública. No Rio de
Janeiro, a “pacificação” dos morros pela ocupação militar, o modelo UPPs. Em
São Paulo, a escolha de coronéis aposentados da PM para atuarem como
subprefeitos. É impressionante como os temas da democracia e da participação
cidadã sumiram da agenda pública.