segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nestas eleições não se deixe levar por lorota



Por Alexandre Macedo
alexandrefernandesmacedo@gmail.com


Como já percebemos pelas ruas, já começou a campanha eleitoral... Não precisa nem notar os carros de som, cartazes, santinhos, dentre outros. Basta notar a quantidade de pessoas que vão te cumprimentar lá do outro lado da rua e que antes, nem olhavam na sua cara. Daí sim, podemos ter a certeza de que a campanha já chegou.

Não ouse contar os "tapinhas" no ombro, os sorrisões,  as vezes que irá ser chamado(a) de amigo(a), as caronas que irá receber pelos morros da cidade. etc, você não vai dar conta. Pois é minha gente, isso tudo é muito bom, mas por outro lado é bastante preocupante.

Nós brasileiros, como já havia descrito Sérgio Buarque de Holanda no clássico "Raízes do Brasil", somos bastante cordiais (e o mineiro mais ainda...). E o que significa ser "cordial"? Cordial vem do latim cordialis e significa "do coração", ou seja, aquele(a) que é "dado(a)", simpático, que age pela emoção, etc. Mas, afinal, o que isso tem haver com política? Bem, devido a esse nosso jeito de ser, acabamos por confundir relações pessoais e afetivas com relações políticas. E o resultado disso, é que muitas vezes, por exemplo, numa campanha eleitoral, não escolhemos o melhor político, mas sim o melhor amigão do povo, o mais popular, o dono da loja onde somos clientes, o vizinho da rua de cima, etc. Não estou dizendo, com este exemplo, que só pelo fato de serem nossos conhecidos não são bons políticos, mas sim que, em muitas vezes, não analisamos se o(a) candidato(a) é bom/a político(a) e votamos nele(a) apenas por ser nosso(a) conhecido(a). É neste exato momento que começamos a descaracterizar a verdadeira Política.

Por isso minha gente, não vamos cometer o mesmo erro dos outros anos. Não vote em um candidato somente porque ele foi o "único que te pediu voto", que foi o único que foi na sua cozinha tomar café ou é o único conhecido seu. Vamos ser mais exigentes! Que desta vez possamos usar outros filtros para medir a capacidade técnica e política de nossos futuros representantes, para que nos próximos anos, venham exercer um trabalho com efetividade. Antes de prometer seu voto a um candidato, tente pensar assim: O que esta pessoa tem feito pela cidade? É um cidadã(o) atuante? Tem perfil político ou só está querendo um gordo salário? É alguém que exerce algum trabalho social? Participa dos eventos políticos? É uma pessoa idônea?



Não podemos mais confundir uma "boa pessoa" (bom empresário, bom pai de família, bom religioso, bom filho, etc) com bom político, uma qualidade não tem nada haver com a outra! Não precisamos de candidatos "bonzinhos", o que necessitamos é de candidatos politizados, atuantes na cidade, com boas ideias e bons projetos, com habilidades de argumentação, eloquência, conhecedores da realidade do município,etc.

Por isso, nesta campanha, não entregue seu voto facilmente. Antes de declarar apoio a algum(a) candidato(a) pergunte-o sobre as ideias e projetos que ele(a) tem a oferecer, indague-o(a) sobre como ele(a) pretende viabilizar os projetos, reúna um grupo de pessoas do bairro e convoque vários candidatos para exporem suas ideias, reúnam-as em um documento e registre-as no cartório. Desta forma, no caso do(a) vereador(a), no mínimo ele(a) vai ser obrigado(a) construir o projeto e apresentá-lo no Legislativo, após isso a responsabilidade passa a ser do Executivo. Não se deixem levar pelo famoso chavão "Vou lutar pela saúde, educação e lazer". Chega disso! Que possamos colocar nossos candidatos à prova e mostrar a eles que política não é aventura e sim um compromisso sério com as várias necessidades e esperanças da população.

Que nessas eleições, possamos fazer diferente, não esperando nenhuma novidade dos novos e "velhos" candidatos, mas sim reconhecendo que atitudes simples como estas descritas nesse texto podem fazer uma grande diferença em nossa cultura eleitoral. Somente assim, com o nosso protagonismo, é possível sonhar com novos tempos em nossa tão ainda "perrengue" democracia. 


Alexandre Macedo é colaborador do Movimento Muda Capelinha. 
Assistente Social, pós graduando em Gestão de Políticas, Programas e Projetos Sociais e graduando em Tecnologia em Gestão Pública

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